Soon
Visiting Alex and Nacho. Erasmus spirit..
... in silence
Bom, bom, muito bom. Vou finalmente voltar às viagens. Sim, não é propriamente um destino à minha escolha, aliás been there done that. Com jeitinho até vou para o mesmo hotel. I hope not! Mas volto a por os pés num avião, volto a sair daqui, nem que seja uma miragem... descanso da mente e do corpo. Mesmo a precisar. Agora, isto de ser no dia do concerto de Portishead quando eu já comprei bilhete é que não tem jeito nenhum... shit!
Após uma semana a viver com o irmão o saldo é positivo.
Apresentem-me um homem que não me liga nenhuma. Mas que me dá o devido valor sem ter de o explicar ou até mesmo mostrar. Que faz parte da minha vida sem um compromisso que o faça. Que me deixe tomar conta dele. Que me deixa na incerteza e me obriga a lutar constantemente. E eu apaixono-me perdidamente sem dar por ela. Agora se por acaso ele se apaixona por mim perco o rumo. Deixo de saber como me comportar. Deixo de saber que linhas devo seguir, mesmo que sejam as mesmas e nada tenha mudado. O meu mundo fica às escuras e perco a minha orientação. O mais certo é dar cabeçadas umas atrás das outras até perceber por onde devo seguir. Posso até voltar atrás quando apenas só precisava de seguir em frente. Com o tempo vou conseguir encontrar o caminho de volta, vou conseguir voltar a encontrar a luz que sempre esteve ali mas eu não via. Nessa altura, provavelmente, já voltei a caminhar sozinha.
Viver sozinho, completamente sozinho, é para muitos complicado. Para mim é um sossego. Voltar a dividir casa com alguém, mesm0 sendo o meu irmão, é no mínimo assustador. Adoro-o! É um facto. Mas também adoro o meu canto sossegado. Faz-me confusão voltar a sentir o rodar da chave na fechadura que dá permissão para alguém invadir o meu espaço. Faz-me confusão poder ter alguém em casa sem ter sido feito o convite. Entro em fase de terapia de choque. Só me vai fazer bem. Acabaram-se as longas noites de sono no sofá da sala. Acabou-se a roupa espalhada pelas mais diversas divisões da casa (ou talvez não, mas já não será só a minha). Acabaram-se as constantes desarrumações exponenciadas pela preguiça. Acabou-se o silêncio confortante da companhia da noite. Em contrapartida ganhei um cozinheiro. Ganhei companhia nos dias mais tristes e cinzentos. Ganhei uma alegria constante a pairar pelo ar. Ganhei sorrisos. Ganhei a experiência de voltar a partilhar o dia-a-dia. E tudo isto sem ter de perder a minha liberdade ou ter de dar satisfações. Definitivamente, só tenho mais a ganhar. E espero também vir a ganhar mais maturidade. Tenho o estranho vício de gostar de tomar conta de alguém. E quando meto na cabeça que quero alguém a tomar conta de mim geralmente dá asneira. Adoro dar sem ter a expectativa de receber em troca. Porque quando a expectativa se instala geralmente dá asneira. Gosto da minha balança da vida em desequilíbrio. É quando me sinto mais eu.
Esta parece-me ser uma hora, tão boa como outra qualquer, para encomendar e subscrever o serviço de net da casa nova.
O sol brilhou lá fora nesta tarde sábado. E eu passei 5 horas enfiada dentro do IKEA. Tudo porque a casa nova assim obrigava. Era ir hoje ao IKEA tratar de tudo, comprar e vir embora.